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É, o futuro mexe com mentes, corações e 'opiniães'. Ele não pertence a ninguém, e sobre ele pouco podemos inferir. Mas o rebuliço que provoca qualquer fala a respeito do futuro é percebido em qualquer conversa ou tratado.
Mais do que as reações quanto ao futuro, são as quanto à profissão de um indivíduo. Faz parelha com "botar a mãe no meio" ou "sapatear-lhe as fuças".
Daí, também por essas reverberações, motivo-me a postar neste blog que estava a espera de atendimento num pronto socorro qualquer do SUS.
A culpa, ou sua gota d'água, foi do Pedro Dória. Ao escrever "O futuro do jornalismo.(Que futuro?)" me fez lembrar de umas conversas o opiniões que vinha amadurecendo. Mas não, este não é um post conclusivo. Sequer colocarei minha mão nesta caixa de maribondos. Deixe lá o Pedro e seus, até o momento, 124 comentários. Ah, foi este número que estimulou cá a 'ressurreição' do blog.

Particularmente, algumas coisas me chamaram muito a atenção no post do Pedro:

Já no começo do texto: "Vários de vocês me pediram para falar mais sobre a relação de jornais, e do jornalismo, com a internet." Primeiro, uma observação, é uma falta de respeito com a grande rede grafar seu nome com inicial minúscula. Segundo, é um interesse medonho por jornalismo e Internet. Jornalismo é esta coisa e Internet essa outra? Por que não "Jornalismo e anúncios de animais jornal"?

Noutro ponto, o subtítulo: "Não há otimismo". Nunca há. Porque 'haveria de haver' no jornalismo? Muito mais, no futuro?

Sobre a morte ou declínio das grande empresas jornalísticas, atira o Pedro: "os grandes grupos de mídia brasileiros têm mais tempo do que os norte-americanos para enfrentar as mudanças que já estão acontecendo. Em sua maioria, estão postergando tais mudanças por dois motivos. O primeiro é que não sabem exatamente o que têm de fazer. O segundo é porque nós, jornalistas, somos bichos extremamente conservadores. Resistimos a mudanças." Ponto um, os grandes grupos de mídia brasileiros, são os grandes grupos de outros setores de produção. No jornalismo, mantém algumas ações de renda fixa. Ponto dois, jornalista é a $#@#... Ponto três, resistência a mudança e conservadorismo são sinônimo de uma incompetência apenas aflorada diante do declínio do negócio jornalismo.

Pedro falando da mudança do mundo e caduquice do modelo de mídia: "Vocês, leitores, não acreditam que sejamos objetivos. Vocês têm certeza de que os donos de jornais têm interesses e que usam seus veículos para encaminhá-los." Assim como todo mundo repete assobiando: "se dirijir, não beba". Mas o que dá "na centena e na milhar"? Zebra. Nego mamado capota o carro. Leitor consciente não é sinônimo de renegação da mídia(arg).

O texto tá ficando cumprido e eu ainda não falei nada de futuro da relevância dos fatos, nem dos comentários do post.

Melhor mesmo é passar lá no blog do Pedro, que não deixa de ser irmão do Tiago. Mas a melhor parte mesmo do texto do Pedro os comentários que ele recebeu.

Tem o Renato metendo terra no capitalismo: "Com a crise apertando o poder estatal ficará ainda mais forte." Também o Caio fazendo piada (acho que o "mesmo" entrou de Robert): "fica difícil acreditar em objetividade, mesmo sabendo como os jornalistas trabalham sério." Mas impagável mesmo é a analogia feita pelo o Credun Fas entre o fim do jornalismo e o da indústria fonográfica: "Vejo o caso do Caio Lopes falando que antes de chegar ao fim da matéria ele já sabia qual o conteúdo dela." E outras caçapadas: "Fala-se em formato e modelo de negócios mas no fundo é o conteúdo que está uma merda". E "Sabemos que a cobertura será totalmente tendenciosa mas o que importa é o fato que está lá debaixo do monte de “opinião”", sobre a Al Jazeera nos conflitos de Gaza. O mesmo ainda fecha com "Viva o press-release… Viva o press-release." Repetido feito mantra nas redações mundo afora e ignorado nas rodas de "Jornalismo e TI" de todo canto.